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Câmara contrata consultoria por R$ 4,9 mi para recuperar imagem pública

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Câmara contrata consultoria por R$ 4,9 mi para recuperar imagem pública
Câmara contrata consultoria por R$ 4,9 mi para recuperar imagem pública (Foto: Reprodução)

A Câmara dos Deputados contratou a Fundação Getulio Vargas (FGV) por R$ 4,97 milhões para reformular sua comunicação digital e modernizar a presença da Casa nas redes sociais. O contrato, segundo a Folha de S. Paulo, foi assinado no início de outubro e é válido até agosto de 2026.

A medida integra a estratégia do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar reverter a crise de imagem após a aprovação da chamada PEC da Blindagem, alvo de protestos em todas as capitais, e da discussão sobre anistia aos condenados pelo atos golpistas. A rejeição da medida provisória que aumentava impostos também ampliou o desgaste com o governo Lula e o PT, que acusam o Congresso de proteger privilégios da elite econômica.

Vaias e desgaste político

O desgaste político de Motta se evidenciou no dia 15 de outubro, durante o evento do Dia do Professor no Rio de Janeiro, quando foi vaiado pelo público. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou conter os ânimos ao lado do deputado, mas não deixou de criticar o Parlamento. “Hugo é presidente desse Congresso e ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, afirmou Lula.

O que prevê o contrato com a FGV

De acordo com o documento, a consultoria oferecerá oficinas, mentorias, produção de manuais e relatórios mensais. Também estão previstos dois laboratórios: um dedicado à inteligência artificial aplicada à comunicação e outro voltado à produção audiovisual, com vídeos e podcasts.

Ainda conforme a reportagem, o contrato inclui ainda estratégias de resposta rápida a crises e monitoramento permanente das redes sociais para identificar a percepção da sociedade e os temas mais sensíveis em debate.

Nova política de comunicação da Câmara

Paralelamente, Motta assinou a política de comunicação social da Casa, que estabelece critérios para conteúdos institucionais. O texto proíbe que canais oficiais divulguem informações falsas, descontextualizadas ou com viés político-partidário.

A diretriz determina que a comunicação deve ser imparcial, transparente e plural, reforçando o papel do Parlamento na democracia. Também prevê o uso de linguagem acessível para aproximar os cidadãos do processo legislativo.

Reação e mudança de foco

Após a crise com a PEC da Blindagem, Motta intensificou entrevistas em diferentes veículos e alterou a pauta do plenário, priorizando segurança pública, educação, proteção de crianças e adolescentes, além da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.

Em discurso durante evento do banco BTG em São Paulo, o presidente da Câmara defendeu a PEC e criticou a forma como o debate foi conduzido:

“Ver toda essa discussão ser distorcida não é correto. Agora é chegado momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara tenha tido na semana passada a semana mais difícil e desafiadora, mas nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão. O Brasil tem que olhar para frente”, disse Motta.

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