Ciro Nogueira rebate Caiado e aprofunda crise na direita: "Deve estar com tempo livre
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O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), deu sequência à briga com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e aprofundou a crise na extrema direita, que segue sem rumo com relação a 2026 diante da inelegibilidade e iminente prisão de Jair Bolsonaro.
Em entrevista publicada pelo jornal O Globo neste domingo (5), Ciro Nogueira disse que somente dois dos nomes cogitados entre possíveis presidenciáveis da direita poderiam ter o apoio do ex-presidente: Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo, e Ratinho Júnior, governador do Paraná.
Irritado, Caiado, que se coloca como pré-candidato à presidência, publicou em suas redes um longo texto afirmando que a "lista" de presidenciáveis de Ciro Nogueira é um "enorme desserviço à direita".
Ciro Nogueira, então, decidiu rebater com uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), na noite deste domingo (5).
"Vi a postagem do governador Ronaldo Caiado sobre minha entrevista. Me chamou a atenção a enormidade do tamanho. Deve estar com o tempo livre. Eu não. Sobretudo para polêmicas vazias. Nosso adversário é Lula. Caiado, pode falar qualquer coisa: você está certo. Satisfeito?", escreveu o senador.
Entenda
Depois do presidente do PP e senador Ciro Nogueira ter dito, em entrevista publicada pelo jornal O Globo neste domingo (5), que
somente dois dos nomes cogitados entre possíveis presidenciáveis da direita poderiam ter o apoio do ex-presidente, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), não gostou de não ter seu nome incluído na curta lista.
"Se fosse hoje, vejo dois candidatos viáveis: Tarcísio e Ratinho Júnior. Eles têm metade da rejeição do Bolsonaro e quase 40% de desconhecimento, o que é potencial de crescimento. Mas só têm viabilidade com o apoio do presidente Bolsonaro", disse o presidente do PP ao jornal.
A entrevista provocou uma resposta extensa de Caiado em seu perfil no X (ex-Twitter). "A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é. Se Bolsonaro quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou sua esposa, Michelle. Não o Ciro Nogueira, senador de inexpressiva presença nacional, que um dia já jurou amor eterno ao Lula", atacou Caiado.
Os partidos de Ciro e Caiado fazem parte da mesma federação, a União Progressista Brasileira, ainda pendente de oficialização por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O governador de Goiás diz que "Ciro tenta decidir por Bolsonaro quais deveriam ser os candidatos a presidente", vetando "pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e a minha, prestando um enorme desserviço à direita".
"Não falo por Zema ou Eduardo, mas quanto à minha pré-candidatura, devo dizer que não dependo de aval de Ciro Nogueira. Quanto à decisão do presidente Bolsonaro, a respeitarei, qualquer que seja ela. E vale observar que todos nós que fomos 'vetados' por Ciro apoiamos Bolsonaro desde sua primeira eleição, diferente do senador, que teve uma posição ácida em relação ao ex-presidente", alfinetou.
Seguindo na provocação ao presidente do PP, Caiado fez referência a uma icônica figura de direita da política nacional. "Antônio Carlos Magalhães nos ensinava que, para ter voz nacional, é preciso ser respeitado em seu estado. Lembro ao Ciro que tenho 88% de aprovação em Goiás nos últimos três anos, a maior entre todos os governadores. As mesmas pesquisas mostram que Ciro Nogueira não tem forças sequer para se reeleger senador no seu estado, o nosso querido Piauí", disse.
Pesquisa divulgada pelo Instituto Real Time Big Data em 30 de setembro mostra que o presidente do PP vai enfrentar problemas caso concorra à reeleição no Senado em 2026. No primeiro cenário analisado, o senador Marcelo Castro (MDB) aparece com 28% das intenções de voto, seguido pelo deputado federal Júlio César (PSD), que tem 21%. Ciro Nogueira aparece numericamente na terceira colocação, com 18%, e está empatado tecnicamente com o parlamentar pessedista, já que a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
"Por fim, sugiro ao já quase ex-senador, que tenha mais moderação e mais respeito com os demais nomes que, democraticamente, colocam suas pré-candidaturas à avaliação popular", postou ainda o governador goiano.
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