Justiça manda prender 8º suspeito de participação no assassinato do ex-delegado-geral de SP
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A Justiça de São Paulo decretou nesta terça-feira (23) a prisão temporária do oitavo suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz, ex-delegado-geral de São Paulo. O nome dele ainda não foi divulgado pelas autoridades.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) informou que segue com as investigações para identificar e prender todos os envolvidos. A pasta disse que também foram cumpridos novos mandados de busca e apreensão e oitivas de testemunhas.
Até o momento, quatro pessoas foram presas e quatro investigados são procurados. Laudos periciais estão em elaboração e serão analisados, tão logo finalizados, apontou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A pasta já divulgou os nomes de outras sete pessoas e fotos de seis suspeitos de participação na execução. Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
Willian Silva Marques (foragido e sem foto), dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime;
Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19);
Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, foi preso neste sábado (20) após se entregar à polícia em São Vicente, no litoral.
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Além dos sete suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido "Azul" ou "Colorido", teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
Fernando é apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital na Baixada Santista. Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC.
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado. Ele, no entanto, disse na coletiva que a força-tarefa montada para esclarecer o caso vai apurar se há participação de agentes de segurança no crime.
De acordo com Derrite, "a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande".
A defesa de William afirmou que permanece à inteira disposição da autoridade policial para prestar todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações em curso e que havia sido agendado depoimento para a última quinta-feira (18), contudo, a oitiva foi cancelada pela própria autoridade policial.
"É importante ressaltar que o proprietário não possui qualquer relação com os fatos investigados, tampouco qualquer intenção de se furtar aos esclarecimentos, colocando-se desde já à disposição para contribuir com a elucidação do ocorrido", disse.
A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento. Já as defesas dos outros suspeitos não foram localizadas pelo g1.
O secretário explicou ainda que eles [parte dos suspeitos] foram identificados por meio de material genético encontrado em um dos carros abandonados pelos criminosos após a execução, mas que a polícia ainda não sabe qual a participação deles no assassinato. "Ainda é cedo para apontar qual o papel deles no crime", afirmou Derrite.
Segundo a polícia, Felipe é de São Bernardo e tem antecedentes por roubo e tráfico de drogas. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, disse que a polícia ainda apura quantas pessoas tiveram participação no crime.
"Sobre quantas pessoas participaram, diretamente vocês viram, está nas imagens, mas indiretamente só com as investigações, que é a participação dessa [mulher] que já foi presa, que é pós crime - a retirada da arma do local", afirmou.
Ao menos seis criminosos encapuzados participaram da execução de Ruy, conforme mostram as imagens das câmeras de segurança que gravaram o assassinato. Os bandidos fugiram em seguida. O DHPP ainda apura quem foi o mandate do crime e tenta identificar quem o matou.
Investigação
Equipes do DHPP, em conjunto com agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), estão à frente da força-tarefa para tentar esclarecer o caso. Na quarta-feira, a mãe e o irmão de um dos suspeitos foram ouvidos pela polícia. O teor dos depoimentos não foi divulgado.
Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e de cidades da Grande São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
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