Encontro entre Lula e Trump leva bolsonaristas ao desespero
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Segundo fontes próximas ao deputado ’03’, como é conhecido, o ambiente era de “puro desespero”. A aproximação entre os líderes sul e norte-americanos ocorre em pleno ‘tarifaço’ do republicano contra o Brasil e em meio a um novo pacote de sanções dos EUA.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no breve encontro nesta terça-feira entre os discursos de ambos na Assembleia-Geral das Nações Unidas, causaram um estremecimento profundo nas esperanças dos bolsonaristas em agravar o confronto entre o Brasil e os EUA. Lula e Trump combinaram de realizar uma reunião na próxima semana, o que coloca em risco a tática do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de escalar as sanções norte-americanas, na tentativa de conseguir livrar o pai da cadeia.
Segundo fontes próximas ao deputado ’03’, como é conhecido, o ambiente era de “puro desespero”. A aproximação entre os líderes sul e norte-americanos ocorre em pleno ‘tarifaço’ do republicano contra o Brasil e em meio a um novo pacote de sanções dos EUA. Trump estava na sala reservada da ONU e acompanhou todo o discurso de Lula, recheado de críticas a ações dos Estados Unidos. O petista entrou na sala ao deixar o púlpito. Trump tomou a iniciativa de falar com ele, porque já estava no local quando o presidente chegou, segundo integrantes do governo.
Trump disse que eles precisavam conversar. Lula afirmou estar aberto a isso, e que sempre esteve. O norte-americano, então, sugeriu que poderia ser na próxima semana a reunião, ao que Lula confirmou. O chefe do cerimonial, Fernando Igreja, fez a tradução imediata.
‘Gostei dele’
Minutos depois, Trump anunciou publicamente o encontro no fim de seu discurso no evento. O republicano disse que houve “excelente química” e que os dois vão se encontrar na próxima semana.
— Eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 30 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal — disse o Trump, que discursou após o líder brasileiro.
Logo em seguida, a diplomacia brasileira confirmou o encontro entre ambos e o agendamento da reunião para a próxima semana, sem mais detalhes.
Sanções
O encontro entre Lula e Trump, embora tenha sido um rápido encontro, não estava na agenda de nenhum dos dois presidentes. Ela ocorre num momento de distanciamento inédito entre Brasil e EUA por causa do julgamento do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) — um aliado de Trump.
O republicano classificou o processo contra Bolsonaro de caça às bruxas e, com base nisso, aplicou uma série de medidas punitivas contra o país. Entre elas, a cassação de vistos de autoridades, a imposição de sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros.
Na mais recente escalada, Trump incluiu a mulher de Moraes, a advogada Viviane Barci Moraes, em punições financeiras com base na Lei Magnitsky, e suspendeu os vistos de uma nova leva de autoridades brasileiras, entre elas o do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
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