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Defesa de suspeito de matar gari abandona caso após divulgação de vídeos

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Defesa de suspeito de matar gari abandona caso após divulgação de vídeos
Defesa de suspeito de matar gari abandona caso após divulgação de vídeos (Foto: Reprodução)

A defesa de Renê da Silva Nogueira Júnior, principal suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, comunicou nesta segunda-feira (18/8) que não faz parte do caso. A decisão veio após a divulgação de imagens de câmeras de segurança, que flagraram Renê guardando a arma usada no crime.

Renê estava sendo representado pelos advogados Leoardo Guimarães Salles, Andrey Trindade Araújo Coelho e Henrique Viana Pereira do escritório Ariosvaldo Campos Pires.

Imagens de Câmeras

Imagens de câmeras de segurança flagraram o principal suspeito de matar o gari Laudemir, guardando a arma usada no crime. As gravações foram feitas pelo sistema interno do estacionamento do prédio em que Renê da Silva Nogueira mora, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. Ele está preso desde o dia do crime, na última segunda-feira (11/8), e aguarda a finalização do inquérito policial. 

De acordo com Evandro Radaelli, delegado do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Renê chegou no prédio às 13h36. Antes de entrar no elevador, ele é visto colocando algo, semelhante a uma pistola ainda no coldre - uma espécie de capa de proteção - dentro de uma mochila. “Essa imagem é nítida e traz a informação de que o investigado de fato estava com aquela arma de fogo”, afirmou Radaelli. 

Na sexta-feira (15/8), a PCMG informou que a arma usada para matar Laudemir pertence à esposa do principal suspeito, a delegada da corporação, Ana Paula Balbino Nogueira. A compatibilidade foi atestada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições, uma usada e outra intacta, que foram deixadas no local do crime.

O que acontece com a esposa do suspeito?

Logo após ser abordado por uma equipe da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) o suspeito afirmou que sua mulher é delegada

Desde os fatos, Ana Paula Balbino Nogueira, identificada como a esposa do suspeito de homicídio continua trabalhando

A delegada foi ouvida pela Corregedoria da corporação onde trabalha

As armas de serviço e pessoal foram apreendidas e estão sendo analisadas nos inquéritos administrativos e criminal

A PCMG afirma que, até o momento, não há informações que incluem a delegada no homicídio do gari

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Como foi o crime

O prestador de serviços da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) trabalhava, junto com outras quatro pessoas, na Rua Modestina de Souza, por volta das 8h55, quando a motorista do caminhão, uma mulher de 42 anos, parou e encostou o veículo para que uma fila de dez carros pudessem passar. A via de mão dupla, segundo relato de testemunhas, fica próximo da Avenida Tereza Cristina. Em determinado momento, o último veículo, identificou um carro, modelo BYD da cor cinza, teria enfrentado dificuldades para passar pelo caminhão e, por isso, a motorista e um dos garis teriam indicado ao motorista que o espaço seria suficiente.

Em seu depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a condutora do caminhão de coleta, identificada como Eledias Aparecida Rodrigues, afirmou que enquanto recebia as instruções dos funcionários, o motorista do BYD pegou uma arma preta, fez movimento para engatilhar e apontando para ela disse: “Se você esbarrar no meu carro eu vou dar um tiro na sua cara, duvida?”.

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Diante das ameaças feitas à colega, uma segunda testemunha afirmou que os demais trabalhadores tentaram acalmar o suspeito e pediram que ele seguisse seu caminho. Mesmo assim, segundo o boletim de ocorrência, o homem desembarcou com a arma em punho, deixando o carregador cair. Ele então o recolocou, manobrou a arma e efetuou um disparo em direção à vítima. Laudemir chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Rita, no Bairro Jardim Industrial, em Contagem, mas faleceu.

Imagens de câmera de segurança flagraram o momento em que o gari saiu correndo já ferido. Na gravação é possível ver o momento que o carro que seria do investigado, vira na rua em que o caminhão de coleta estava parado. O veículo então para por um segundo, segue em frente e os demais que estavam atrás passam a dar ré e sair da via. Na sequência, dois garis saem correndo e um deles coloca a mão na região do abdômen e cai no chão. Ele é amparado por um colega que segura sua cabeça.

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Quem é o suspeito?

Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos.

Ex-vice-presidente de empresa de alimentos; desligado após repercussão.

Casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira (PCMG).

Se descrevia como “cristão, esposo, pai e patriota”.

Tem outros registros policiais em São Paulo (lesão corporal grave contra uma mulher) e Rio de Janeiro (lesão corporal contra ex-companheira, ameaça contra ex-sogra e envolvimento em homicídio culposo)

Nega ter antecedentes criminais; diz que só responde a processo por luxação no pé da ex-esposa.

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