Brumadinho: 6 Anos Depois – Uma Luta por Justiça e Reconstrução
Rede News

Por Gilvandro Oliveira Filho, que esteve em Brumadinho nos momentos mais difíceis
Seis anos se passaram desde o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG). No dia 25 de janeiro de 2019, um mar de lama destruiu tudo pelo caminho, levando 270 vidas e causando um impacto ambiental e social irreparável. Eu, Gilvandro Oliveira Filho, estive lá, vi de perto o sofrimento da população e fiz muitas amizades com moradores que perderam tudo. Hoje, relembramos essa tragédia e refletimos sobre o que foi feito e o que ainda precisa ser realizado.
Ainda há vítimas desaparecidas
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais segue na missão de encontrar as três últimas vítimas que permanecem desaparecidas. Mesmo após seis anos, as buscas continuam e recentemente novos segmentos de ossos foram localizados, reacendendo a esperança das famílias que aguardam um desfecho para essa dor.
Indenizações e apoio financeiro
A Vale firmou acordos para reparação financeira dos atingidos, incluindo o Programa de Transferência de Renda (PTR). No entanto, muitas famílias enfrentam dificuldades com a redução gradual desses pagamentos, prevista para encerrar em março de 2025. Sem um suporte contínuo, a retomada econômica dessas pessoas se torna um desafio cada vez maior.
Impacto ambiental e segurança das barragens
O Rio Paraopeba, atingido pela lama tóxica, ainda sofre com a contaminação, mesmo com as iniciativas de recuperação ambiental. Além disso, a segurança das barragens de rejeitos no Brasil segue sendo motivo de preocupação: mais de 40 barragens em Minas Gerais ainda estão em nível de alerta ou emergência, o que traz medo de que novas tragédias possam acontecer.
Justiça e impunidade
Seis anos depois, a sensação de impunidade ainda revolta os atingidos. Enquanto a Comissão de Valores Mobiliários multou um ex-diretor da Vale, muitos dos responsáveis seguem sem punição significativa. O processo judicial avança lentamente, deixando as famílias sem respostas concretas e sem a justiça que tanto buscam.
Conclusão
A tragédia de Brumadinho expôs como, muitas vezes, o minério é tratado como mais valioso do que a vida humana. Mas a luta dos atingidos continua. Como alguém que esteve lá, sei da força dessas pessoas e da necessidade de manter viva essa busca por justiça. Deus não falha em sua justiça, e a responsabilidade por essa tragédia não pode ser esquecida.
Ainda há muito a ser feito, e cabe à sociedade seguir cobrando para que desastres como esse jamais voltem a acontecer.
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