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Tradição milenar, fogos de artifício iluminam as festas de fim de ano Apesar da beleza, os produtos exigem cuidados com o uso.

Edição: Rádio Nacional / Rilton Pimentel

Tradição milenar, fogos de artifício iluminam as festas de fim de ano Apesar da beleza, os produtos exigem cuidados com o uso.
Tradição milenar, fogos de artifício iluminam as festas de fim de ano Apesar da beleza, os produtos exigem cuidados com o uso. (Foto: Reprodução)

O lançamento de fogos de artifício para comemorar a virada de ano já é uma tradição milenar em quase todo mundo. E é assim que a família do estudante de jornalismo Gabriel Maria, de 21 anos, acompanha a passagem do ano velho para o novo.

“É uma coisa bem simbólica. É um momento que todo mundo se une pra ver os fogos de artifício e é uma coisa bem legal, uma coisa que se tornou uma tradição familiar até. Porque a gente tá sempre junto, em família, lá no interior de São Paulo, na cidade da minha madrinha, enfim, tudo mais. É uma coisa que se tornou um sentimento bem familiar, é uma coisa que faz parte. Se não tiver, faz falta.”

Os fogos de artifício foram criados na China cerca de dois mil anos atrás. Os primeiros eram tubos de bambu que explodiam no fogo por causa de uma bolsa de ar no interior. Acreditava-se que o barulho espantava os maus espíritos. Após a introdução da pólvora, a tradição se espalhou pelo mundo.

No Brasil, a chegada dos fogos está relacionada com a vinda da família real, explica o coordenador nacional da Aliança Brasileira da Pirotecnia, Guilherme Santos.

“Há registro, por exemplo, de um grande show de fogos de artifício, um espetáculo, para comemorar o casamento de Don Pedro I com Dona Leopoldina, da Áustria. E isso se intensificou, com destaque que, em Santo Antônio do Monte, na região de Minas Gerais, uma história documentada de 150 anos do seu polo produtivo. Um polo hoje responsável por mais de 90% dos fogos de artifício produzidos no Brasil.”

A mistura de cores que ilumina o céu surge da queima de sais minerais junto com a pólvora. Qualquer cor é possível, segundo o professor do Instituto de Química da USP Tiago Correia. Por exemplo, vermelho vem do estrôncio, laranja do cálcio, amarelo do sódio e o verde do bário.

“Pode-se usar também misturas. Cobre com estrôncio gera um violeta. E até branco e prata pode ser feito, com o magnésio e alumínio. As quantidades importam e, além disso a temperatura também influencia. E a pureza dos materiais pra garantir que você tenha exatamente os sais metálicos que são necessários pra fazer a cor desejada.”

Mas, assim como embelezam, os fogos também podem causar bastante incômodo, especialmente em pessoas com transtorno do espectro autista ou mesmo animais de estimação. Pra amenizar o desconforto, os fabricantes têm meios para deixar os foguetes menos barulhentos, diz o professor Tiago.

“Não confinar tanto essa carga explosiva ou usar um sistema que não libera gás tão rapidamente, faz uma queima mais controlada. Com isso, você tem menos impacto sonoro, mas ainda tem a energia do processo de combustão, que vai fazer com que os sais cheguem na temperatura e emitam a cor característica.”

O mais importante de tudo isso são as dicas de segurança ao manusear o produto. Observar a procedência, se a loja tem os alvarás e autorizações, se o produto é vendido lacrado e seguir a risca as instruções de uso. Com menos barulho, mais segurança e muitas cores no céu, que os fogos simbolizem boa sorte em mais um ano que se inicia. 

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