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São Paulo à venda: o governo dos números que não fecham para o povo

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São Paulo à venda: o governo dos números que não fecham para o povo
Imagem da Rede Social

Na esteira da reorganização da direita nacional, com Flávio Bolsonaro buscando espaço político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, escolheu falar diretamente à Faria Lima. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o governador reforçou seu perfil de gestor alinhado ao mercado, defendendo privatizações, concessões e a chamada eficiência empresarial do Estado.

No discurso, os números agradam investidores. Na realidade cotidiana, a conta chega — e quem paga é o povo paulista.

Desde o início do governo, São Paulo vive um processo acelerado de concessões e privatizações que atinge áreas essenciais. O aumento dos pedágios, os reajustes nas tarifas do metrô e dos trens e a transferência de serviços públicos para a iniciativa privada passaram a fazer parte do dia a dia da população.

Enquanto o governo celebra leilões e contratos, usuários do transporte público enfrentam estações lotadas, falhas no serviço e tarifas cada vez mais caras. O modelo de gestão trata o Estado como empresa, mas ignora um ponto central: São Paulo não é um negócio, é um espaço de vida para mais de 40 milhões de pessoas.


Esse projeto encontra eco também na Prefeitura da capital. O alinhamento político entre o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes reforça uma mesma visão de gestão: menos Estado social e mais Estado negociador, voltado aos interesses do mercado.

Na prática, essa combinação pesa no bolso do trabalhador. Quando o metrô encarece e o pedágio sobe, o impacto não é abstrato — é direto, diário e desigual. A promessa de eficiência não se traduz em melhoria proporcional dos serviços.

Cresce, assim, a sensação de que São Paulo está sendo vendida aos poucos, com decisões tomadas longe da população. O discurso de modernização contrasta com a experiência real de quem depende do transporte público e da infraestrutura estadual.

A pergunta que fica é inevitável: era esse o projeto de governo que o Estado de São Paulo esperava? Governar exige responsabilidade fiscal, mas também compromisso social. Até aqui, para muitos paulistas, esse equilíbrio não foi alcançado.

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