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Falha grave em evento presidencial expõe silêncio da Itaipu e deixa perguntas sem resposta

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Falha grave em evento presidencial expõe silêncio da Itaipu e deixa perguntas sem resposta
Imagem da Rede Social

O episódio envolvendo a falha no pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a inauguração da Ponte da Integração Brasil–Paraguai, em Foz do Iguaçu, ganha contornos ainda mais graves diante da falta de explicações oficiais e das contradições nos bastidores.

Durante o evento, o presidente falou por apenas 8 minutos, tempo muito abaixo do previsto, após queda de energia e falhas no sistema de som, justamente no momento mais aguardado da cerimônia. Segundo relatos, Lula deixou o local visivelmente irritado, num claro sinal de insatisfação com a organização.

Nota repassada, respostas não

A superintendente de Comunicação da Itaipu Binacional, Stela Guimarães, repassou uma nota diretamente ao jornalista Gilvandro Oliveira Filho, tentando esclarecer o ocorrido. No entanto, o conteúdo apresentado não respondeu à principal pergunta que permanece no ar:

Por que faltou energia no momento do pronunciamento do presidente da República?

E, sobretudo, por que os geradores de emergência falharam?

Em um evento de alta complexidade, com presença do presidente da República e autoridades nacionais e internacionais, a falha simultânea da rede elétrica e dos sistemas de contingência é, no mínimo, alarmante.

Empresa responsável segue desconhecida

Até agora, nenhuma empresa foi oficialmente identificada como responsável pela estrutura técnica do evento. Embora haja especulações nos bastidores, não existe confirmação pública, tampouco transparência sobre contratos, fiscalização ou testes prévios dos equipamentos.

O silêncio institucional não ajuda a esclarecer os fatos e aumenta a sensação de improviso em um evento que deveria representar eficiência, planejamento e respeito à autoridade máxima do país.

Cobrança pública por esclarecimentos

O episódio deixou de ser apenas um “problema técnico”. Tornou-se um caso político e institucional, que exige respostas objetivas da Itaipu Binacional e dos organizadores:

Houve falha humana ou técnica?

Os geradores estavam em pleno funcionamento?

Houve teste prévio dos sistemas de energia e som?

Quem assinou a responsabilidade técnica do evento?

Enquanto essas respostas não forem apresentadas de forma clara, o episódio continuará repercutindo negativamente e manchando um evento que deveria ser histórico.

A cobrança agora é por transparência, responsabilização e respeito à opinião pública. Em eventos oficiais, não pode haver espaço para improviso — muito menos silêncio.

Outro ponto que segue sem esclarecimento envolve o Diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Carlos Carboni, função que, oficialmente, supervisiona áreas de responsabilidade socioambiental e projetos de integração. Em comunicação repassada, foi informado que Carboni não teria qualquer responsabilidade direta sobre o ocorrido.

No entanto, o que se viu no local do evento contradiz essa versão.

Durante a cerimônia, Carlos Carboni atuou diretamente na coordenação operacional, com presença ativa na organização de áreas, controle de acesso, barreiras humanas e circulação de pessoas, funções típicas de quem exerce coordenação in loco. Essa atuação levanta uma questão central que permanece sem resposta:

Carlos Carboni estava ou não dentro da cadeia de responsabilidade operacional do evento?

Se não havia responsabilidade formal, por que sua atuação foi direta e visível justamente na coordenação do espaço e das pessoas?

Se havia responsabilidade de coordenação no local, por que isso não foi assumido de forma transparente após a falha grave registrada?

A tentativa de afastar responsabilidades, diante de imagens, relatos e testemunhos de bastidores, não contribui para o esclarecimento dos fatos. Pelo contrário, amplia as dúvidas sobre quem, afinal, respondia pela coordenação geral do evento — especialmente em um momento crítico, marcado por queda de energia, falha de geradores e interrupção do pronunciamento presidencial.

Em eventos dessa magnitude, coordenação não é apenas um título administrativo, mas uma função prática, exercida no local. E, neste caso, a presença e atuação de Carboni colocam seu nome no centro do questionamento público, independentemente da versão oficial apresentada posteriormente.

O episódio reforça a necessidade de transparência total, com a clara definição de papéis, responsabilidades e decisões tomadas antes, durante e após o evento. Negar o que foi visível aos olhos de todos não encerra o assunto — apenas o aprofunda.

Diante das contradições entre as informações oficiais e o que foi presenciado no local do evento, a Rede Cidade SAT aguarda um pronunciamento público e esclarecedor do diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Carlos Carboni.

A expectativa é que Carboni esclareça, de forma objetiva, qual foi exatamente o seu papel na coordenação do evento, se havia ou não responsabilidade direta sobre a operação no local e por que, mesmo com sistemas de contingência, houve falha de energia e dos geradores durante o pronunciamento do presidente da República.

Em um episódio que ultrapassa o campo técnico e entra no campo institucional, o silêncio não contribui para a transparência. A sociedade, a imprensa e os órgãos de controle aguardam respostas.

                                                            

É importante deixar claro que essa situação não pode — e não deve — ser atribuída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como à ministra Gleisi Hoffmann e ao diretor-geral da Itaipu Binacional, Enio Verri. Nenhum deles tinha responsabilidade operacional direta sobre a execução técnica do evento. A tentativa de transferir o desgaste para lideranças políticas não se sustenta diante dos fatos.

O ponto central, que permanece sem resposta até o encerramento do ano, é claro e objetivo:

quem estava à frente da coordenação operacional do evento?

E, principalmente, qual foi a empresa responsável pela estrutura elétrica, sistema de som e pelos geradores de emergência?

Passados dias do ocorrido, o nome dessa empresa ainda não foi oficialmente divulgado. O silêncio institucional apenas amplia as dúvidas e reforça a cobrança por transparência e responsabilidade em um evento que envolveu o presidente da República e autoridades de alto escalão.

Enquanto não houver esclarecimentos concretos sobre quem executou, quem coordenou e quem assinou a responsabilidade técnica, a pergunta seguirá ecoando nos bastidores políticos, na imprensa e na sociedade:

como um evento dessa magnitude pode terminar sem respostas claras sobre quem falhou?

A cobrança não é política. É institucional. E as respostas continuam sendo aguardadas.

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