Gleisi critica juros altos e atribui crescimento da dívida pública à política monetária
✍️ Jornalista Gilvandro Oliveira Filho
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a criticar de forma contundente a atual política monetária brasileira, especialmente a manutenção de juros elevados, que, segundo ela, tem sido um dos principais fatores para o crescimento acelerado da dívida pública e para o travamento do desenvolvimento econômico do país.
Em declarações recentes, Gleisi afirmou que a insistência em juros altos penaliza o Estado, encarece o crédito, freia investimentos produtivos e aprofunda desigualdades sociais. Para a ministra, a política adotada pelo Banco Central beneficia o sistema financeiro em detrimento da população e do setor produtivo.
“O Brasil não pode continuar refém de uma política monetária que drena recursos públicos para o pagamento de juros, enquanto áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura ficam comprimidas”, afirmou.
Dívida cresce com juros, não com gastos sociais
Gleisi ressaltou que o discurso de que os gastos sociais são os vilões da dívida pública não se sustenta nos números. Segundo ela, o principal motor do endividamento é o custo da dívida, impulsionado pela taxa básica de juros em patamares elevados por longos períodos.
A ministra também reforçou que o governo federal tem buscado responsabilidade fiscal com crescimento, defendendo um equilíbrio que permita investimentos públicos, geração de empregos e retomada do desenvolvimento.
Saída do ministério e foco nas eleições
Nos bastidores de Brasília, já é dada como certa a saída de Gleisi Hoffmann do Ministério das Relações Institucionais nos próximos meses. A decisão faz parte da reorganização política visando as eleições, quando a ministra deverá disputar novamente uma vaga como deputada federal.
Com forte presença nacional, base eleitoral consolidada e ampla aceitação entre os eleitores, a reeleição de Gleisi é considerada praticamente garantida, segundo avaliações internas de partidos aliados. Sua atuação firme no governo e sua defesa pública de pautas econômicas e sociais reforçam seu capital político.
Protagonismo político mantido
Mesmo com a possível saída do ministério, Gleisi seguirá como uma das principais lideranças do campo progressista, influente nos debates econômicos e na articulação política do governo federal. Sua candidatura deve ter papel estratégico no fortalecimento da bancada aliada no Congresso Nacional.
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