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Incêndio em complexo residencial deixa mais de 40 mortos em Hong Kong

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Incêndio em complexo residencial deixa mais de 40 mortos em Hong Kong
Incêndio em complexo residencial deixa mais de 40 mortos em Hong Kong (Foto: Reprodução)

Bombeiros lutavam nesta quinta-feira (27) contra um incêndio em um complexo de prédios residenciais em Hong Kong. O fogo já deixou mais de 40 mortos e centenas de desaparecidos.

O pior sinistro das últimas décadas no centro financeiro chinês teve início na véspera, durante a tarde, em um conjunto de oito prédios e 2 mil apartamentos. A emergência comoveu o território, que abriga alguns dos complexos habitacionais mais densamente ocupados do mundo.

As chamas começaram em andaimes tradicionais de bambu erguidos ao redor de várias torres do complexo Wang Fuk Court, em Tai Po, distrito da zona norte de Hong Kong.

A polícia informou na manhã desta quinta-feira que prendeu três homens, depois que materiais inflamáveis remanescentes de trabalhos de manutenção fizeram com que as chamas "se alastrassem rapidamente, sem controle".

Pouco depois do amanhecer, alguns apartamentos ainda estavam em chamas, embora o fogo tenha diminuído nas primeiras horas da manhã. Jornalistas da AFP reportaram fortes estalos, possivelmente de bambu queimando, e colunas de fumaça densas erguendo-se de pelo menos cinco dos oito prédios do complexo.

                                 

Um morador identificado como Yuen, 65 anos, explicou que mora há quatro décadas no local e que muitos de seus vizinhos são idosos com problemas de mobilidade.

"As janelas estavam fechadas para manutenção, [algumas pessoas] não sabiam que havia um incêndio e seus vizinhos lhes informaram por telefone que evacuassem", relatou Yuen à AFP.

O departamento de bombeiros local aumentou o número de mortos para 44 na madrugada desta quinta-feira. Uma das vítimas foi um bombeiro de 37 anos encontrado com queimaduras no rosto e declarado morto após ser levado para o hospital, informou o diretor do departamento, Andy Yeung.

O chefe do Executivo da região, John Lee, indicou durante a madrugada que mais de 900 moradores buscaram abrigos temporários.

- 'Continuamos tentando' -

Um policial disse à AFP em um dos abrigos que não se sabe ao certo o número de desaparecidos, uma vez que pessoas continuaram chegando até altas horas da noite para reportar familiares com paradeiro desconhecido.

Nas primeiras horas da emergência, pedaços de andaimes carbonizados caíam dos blocos em chamas, e o fogo podia ser visto dentro dos apartamentos e saindo pelas janelas em direção ao céu, criando um cenário alaranjado sobre o local.

Derek Armstrong Chan, subdiretor de operações do serviço de bombeiros, afirmou que "a temperatura no local é muito alta". "Há alguns andares nos quais não conseguimos alcançar as pessoas que pedem ajuda, mas continuamos tentando", disse o funcionário, segundo o qual o fogo provavelmente se propagou pelos prédios devido ao vento e às cinzas que se espalharam. Ele ressaltou que as autoridades ainda investigam a causa do incêndio.

O presidente chinês, Xi Jinping, expressou condolências às famílias das vítimas e "pediu que se faça todo o possível para extinguir o incêndio e minimizar as vítimas e perdas", informou a emissora estatal CCTV.

- Pessoas presas -

Um morador de Tai Po, de 57 anos, descreveu o incêndio como devastador. "Não há nada que se possa fazer em relação ao imóvel. Só podemos esperar que todos, independentemente da idade, possam retornar sãos e salvos", disse So.

O proprietário de um apartamento, de cerca de 40 anos, que preferiu não se identificar, comentou que o governo deve ajudar as pessoas que ficaram sem lar devido ao incêndio.

Vários moradores foram retirados do local em ônibus. Segundo a imprensa de Hong Kong, os blocos vizinhos também estavam sendo evacuados. Trechos de uma rodovia próxima foram fechados devido ao trabalho de combate às chamas.

Durante anos, incêndios mortais foram uma calamidade comum em Hong Kong, principalmente nos bairros mais pobres. Nas últimas décadas, no entanto, as medidas de segurança foram reforçadas e os casos se tornaram menos frequentes.


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